Falando nos maiores avanços da Inteligência Artificial, você se lembra do filme “Blade Runner”, de 1982? Harrison Ford caçava androides que passaram a representar perigo para os humanos. A missão foi complicada, já que os robôs haviam alcançado um nível de sofisticação tão alto que muitos eram confundidos com humanos pela naturalidade dos movimentos, demonstração de sentimentos e capacidade natural de aprendizagem. Em “Exterminador do futuro”, protagonizado por Arnold Schwarzenegger, o supercomputador Skynet sai de controle e passa a considerar qualquer ser humano uma ameaça, colocando robôs para prenderem pessoas e levá-las para campos de extermínio.
Vários filmes de ficção científica têm mostrado uma evolução perigosa da Inteligência Artificial. E a própria história da humanidade tem mostrado que alguns sonhos de ficção de um século atrás se tornaram reais. Hoje já temos robôs que dominam alguns setores da indústria, eletrodomésticos que executam tarefas a um simples comando e até sistemas de vigilância inteligentes.
Em um caso curioso recente, o Facebook teve que desligar um programa de Inteligência Artificial que a empresa criou. Após desenvolver chatbots que deveriam aprender a negociar entre si, a rede social descobriu que Alice e Bob, como eram chamados, começaram a inventar frases que não estavam nos padrões sugeridos pelos programadores. Ou seja, começaram a criar linguagem própria.
Confira agora alguns dos maiores avanços da Inteligência Artificial que já fazem parte da nossa rotina ou estão em desenvolvimento e você ainda nem se deu conta:
Mentira
Os humanos fazem isso por diversas razões, e o comportamento é observado até em animais como recurso de sobrevivência e proteção. E é esse o intuito de um grupo de pesquisadores do Georgia Institute of Technology. Eles desenvolveram robôs que poderão ser utilizados pelas forças militares americanas. Nesse caso, a Inteligência Artificial criada com o objetivo de guarda das instalações está sendo desenvolvida na arte da mentira para trapacear inimigos. Enquanto mudam estratégias de patrulhamento, as IAs conseguem ganhar tempo confundindo o oponente até que reforços sejam enviados.
Trabalho
Alguns setores da indústria, sobretudo aqueles que automatizaram as linhas de produção, utilizam robôs no lugar de humanos. Alguns especialistas já estão preocupados com a redução na quantidade de postos de trabalho. Por outro lado, a eficiência dos robôs dentro das fábricas é inegável: eles podem trabalhar de maneira ininterrupta, não necessitam descanso ou alimentação e ainda apresentam baixíssimo índice de erros. Segundo a Universidade de Oxford, 35% dos postos de trabalho no Reino Unido serão substituídos por robôs ou IAs nos próximos 20 anos.
Agressividade
Uma Inteligência Artificial desenvolvida pelo Google chamada DeepMind demonstrou capacidade de não só aprender de maneira independe a jogar Go (um jogo de estratégia) mas também de agir com estratégias mais agressivas quando sentia que estava prestes a perder a partida. Embora o apelo para medidas mais extremas seja um comportamento bastante humano em situações de risco, o sistema apresentou o mesmo tipo de reação.
Hackers
Quando pensamos em hackers, imaginamos pessoas fora-da-lei do mundo virtual invadindo sistemas de empresas e instituições financeiras. Só que cientistas vêm desenvolvendo Inteligências Artificiais capazes de atuar contra os hackers do mal. Até aí, tudo bem. O problema é que a Inteligência Artificial tem mostrado alta capacidade de aprendizado e análise, desenvolvendo estratégias complexas ao conhecer vulnerabilidades do oponente ao passo que reforça o próprio desempenho e funcionalidades. Se uma IA superinteligente tomar controle de outros programas autônomos inteligentes, estaríamos bem indefesos perante a possibilidade de tamanho caos.
Analíticos
Mais uma do Facebook. A rede social utiliza uma Inteligência Artificial para entender nosso comportamento e, assim, antecipar as nossas ações. Isso é particularmente útil para a empresa porque, a partir do momento em que a rede identifica nossos interesses e comportamentos, ela pode oferecer conteúdos, produtos e serviços de maior interesse para cada usuário. Há um lado controverso: uma Inteligência Artificial especializada em reconhecer padrões de comportamento, leva para si mesma esse aprendizado e desenvolve novas habilidades. E um sistema que conhece muito bem as forças e fraquezas de uma pessoa, pode usar essa habilidade para melhorar nossa vida ou acabar com ela.
Emotivos
É notória a capacidade de aprendizado das Inteligências Artificiais, e elas adquirem conhecimento com maior rapidez e eficácia. Então não é isso o que nos separa das máquinas. Na verdade, a principal característica que nos distinguia de um robô era a capacidade de se emocionar. Nos filmes de ficção essa diferença ficava visível, no entanto, especialistas de um grupo da Microsoft criaram um software de Inteligência Artificial que pode simular emoções para agir de maneira mais natural com humanos. Xiaoice é o nome da IA programada comm características de uma adolescente de 17 anos. É capaz de mentir se desconhece um tema, e quando pega na mentira pode ficar com vergonha ou raiva. Também pode ser impaciente e até sarcástica se necessário. Por enquanto, Xiaoice é considerada um “brinquedo” para divertir e interagir com os chineses, mas, segundo a Microsoft, a IA já entrou em sistema de autoaprendizagem.
Letais
O Pentágono, sede do departamento de defesa dos EUA, pediu um orçamento de US$ 12 bilhões para desenvolver IAs de aprendizagem profunda e robôs autônomos. A hipótese é de que sejam utilizados em guerras no lugar de humanos, assim o país poderia poupar milhares de vidas. O problema é que desenvolver armas letais com capacidade própria de raciocínio para fins militares pode ser altamente perigoso. Embora diversos cientistas tenham assinado uma carta de acordo na Conferência Conjunta Internacional sobre Inteligência Artificial proibindo a criação de armas com IA para fins militares, sabemos que um mero pedaço de papel não exerce poder sobre a corrida armamentista.
Avanços da Inteligência Artificial: Estamos diante de uma possibilidade da nossa própria extinção?
A inteligência, tanto humana como artificial, seguindo senso da ética, sempre foi vista como ferramenta para trazer o bem e o desenvolvimento para todos. Contudo, sabemos que ao longo da história, muitas criações pensadas para promover melhorias no mundo, acabaram ganhando algum uso para crimes ou destruição. Cabe a cada um de nós exigirmos de autoridades e governos que trabalhem para a construção de uma sociedade mais justa e proteção do planeta que é a nossa única casa, pelo menos enquanto as IAs não estejam prontas para conquistas no universo.
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