Hoje em dia, para que se mantenham competitivas, as empresas lidam diariamente com um grande desafio: gerenciar seus cenários, ferramentas e recursos (sejam eles materiais, humanos ou de tempo) da melhor forma para obter máximo rendimento, desenvolver diferenciais, novas competências e assim obter destaque em relação aos concorrentes.
Nesse ponto, uma palavra que passa a ser recorrente nas organizações e pela qual diversos setores precisam lutar é, sem dúvidas, “inovação”.
Gestores de TI, em tal contexto, geralmente já conhecem a importância desse conceito, mas, a partir de suas perspectivas, enfrentam então.
Afinal, sendo a TI e sua governança elementos extremamente importantes para que as empresas tenham em mãos soluções e aparato altamente desenvolvidos para otimizar o trabalho e viabilizar maior produtividade e excelência por meio de tecnologia, como ela pode ser útil no que tange a inovar também?
E a fazer a gestão desses processos inovadores nas empresas?
Para entender melhor como isso acontece e de que modo o gerenciamento dessa área pode contribuir para inserção de inovação com bons resultados na empresa como um todo preparamos este artigo!
Função estratégica da inovação
Para início de conversa, é essencial entender que “inovação” é uma palavra muito ampla, que pode englobar diversos setores da empresa e sua realidade em vários sentidos.
A ideia central, contudo, é que exista modernização, acompanhamento de tendências e superação de resultados por meio da implementação de processos, metodologias (como, por exemplo, para gerenciamento de projetos), tecnologia e inteligência competitiva em geral na empresa para que ela melhore a gestão de seu desempenho e o retorno sobre seus investimentos (o ROI).
Nesse contexto pode entrar ainda a busca por soluções (tanto em forma de software, servidores, e outros componentes que promovam maior segurança, agilidade, integração, otimização de processos na troca, compartilhamento e uso de informação nos setores – e consequentemente, melhoria na produtividade) e infraestrutura de ponta que gere maior custo x benefício e permita que a empresa atinja melhores resultados dentro do “Time to Market” que precisa.
Dominando ferramentas e metodologias mais avançadas, ou trabalhando com computação cognitiva, ela consegue, portanto, desenvolver e passar essa inovação para seus clientes finais também.
Ou seja, em diversas dessas frentes, a TI pode estar envolvida para promover maior capacidade de trabalho e inovação para a empresa.
Por meio da estrutura que adquire com essa mentalidade ela refletirá, por sua vez, inovação no serviço que presta, no produto que desenvolve e vende, nas soluções que lança e implementa no mercado ou no atendimento que oferece.
Desse modo passa a deter um verdadeiro arsenal (seja em hardware, software, inteligência artificial e de propriedade intelectual em um conjunto) que lhe dá verdadeira vantagem competitiva.
É algo que vem de dentro para fora. E de fora para dentro à medida em que a empresa consegue aproveitar os insights que tem e os feedbacks que recebe para criar formas mais eficientes de trabalhar e gerar diferenciação.
Dentro de um processo de gestão da inovação, quais as funções do departamento de TI?
1- Acompanhar e gerenciar as áreas, respondendo a demandas com soluções de ponta
Essa função passa pelo mapeamento de necessidades, levantamento de problemas e dificuldades enfrentadas nos setores e pode envolver conversas junto aos setores da companhia que utilizam as soluções de TI para identificar pontos fracos e fortes da operação.
Nesse ponto entra também a análise SWOT, em conjunto com a gestão estratégica da empresa, para levantar inclusive as oportunidades (insights que a TI e o negócio devem aproveitar) e as ameaças (riscos que elas devem gerenciar e problemas que precisa resolver), pensando em ferramentas para assim fazer.
2- Promover mudança cultural e fomentar processos criativos
Um gestor de TI pode, por exemplo, promover reuniões periódicas com os setores para obter feedbacks e conhecer a opinião e as dores dos colaboradores que fazem a utilização (prática) das soluções administradas pela TI para entender de que modo elas de fato estão colaborando com os trabalhos, identificar possíveis falhas e procurar corrigi-las ou testar novas ferramentas (inovar) para verificar resultados.
Também é possível ver se é preciso aumentar a capacidade (física ou de processamento dos componentes e recursos de tecnologia, trocar determinada solução, substitui-la se houver instabilidades e/ou paralisações, sempre desvendando o que é preciso otimizar para aumentar o potencial produtivo e o que é possível criar para que os mecanismos sejam mais eficazes.
Nessa hora a análise do cenário externo também é muito importante. Interagindo com a área comercial, com a de desenvolvimento de produtos, com a de inteligência de negócios, a de vendas, a alta gestão e assim por diante, a TI consegue entender em que ponto está a concorrência, em que as empresas estão investindo e de que modo o parque tecnológico, os recursos e a inteligência competitiva precisa evoluir para estar a frente dessa disputa.
Em tal caso é importante também estimular a criatividade, aspecto em que pode caber, dependendo da empresa e de seus objetivos e cultura, a adoção de tendências como Design Thinking, para que o time de desenvolvimento tenha uma “imersão” maior e vivência na experiência prática com as ferramentas que a TI desenvolve para seus clientes tantos internos quanto externos, o que permite gerar e implementar novas ideias aos produtos e aproximá-los mais das expectativas do consumidor final.
Isso significa pensar a TI em relação à experiência dos usuários em si (tanto internos quanto externos), o que traz percepções mais apuradas do que precisa ser inovado no que está sendo feito.
Nesse ponto pode ser papel da TI também promover treinamentos para funcionários operarem novas ferramentas e abrir espaço para darem ideias e para brainstormings sempre que isso for benéfico para a empresa, incentivando a participação e a criatividade.
Prover a TI e a empresa das ferramentas necessárias para execução de determinado plano/objetivo de negócios (de acordo com as diretrizes que ela definiu), alinhando os recursos e metodologias de desenvolvimento aos objetivos que a companhia traçou é o melhor para que a gestão da inovação aconteça (unindo o lado operacional ao estratégico, fazendo-os conversar para que se caminhe a uma direção em comum).
3- Atualizar tecnologia e implementar metodologias compatíveis com os objetivos e desafios da empresa
Sistemas informatizados, aposta em nuvem, investimento em processamento de dados, digitalização e terceirização de alguns serviços também agregam inovação à medida em que se aumenta a disponibilidade dos recursos e a capacidade da empresa sem perder em robustez, qualidade e segurança.
Esses processos aumentam a confiabilidade das operações, por exemplo, e conferem agilidade ao dia a dia das equipes.
Em contrapartida também geram maior custo x benefício, liberando tempo para que tanto líderes quanto equipes tenham mais “foco no business”.
Além do mais é papel da TI também pensar na sustentabilidade. É, aliás, uma das funções assumidas pela chamada TI verde (leia mais aqui).
Se refletirmos no que se refere à atualização de tecnologia, ainda, aumentar a capacidade de serviços ou trabalhar com processos mais digitalizados também gera, além da segurança, maior integridade e autenticidade de documentações, economia com papel e/ou impressões, facilitando inclusive o compartilhamento de arquivos quando essencial.
Gerenciando melhor seus recursos, inclusive em relação a custos, a empresa também consegue investir mais em áreas essenciais para seu crescimento.
As organizações que investem também em Inteligência Artificial podem, inclusive, promover uma experiência diferenciada aos seus usuários finais e no atendimento dos clientes, incorporando inovação.
Em outras palavras, seja no atendimento (a exemplo dos chatbots, interfaces de relacionamento ou de apps), na gestão interna, de recursos, suprimentos ou desenvolvimento de projetos (com a inserção, por exemplo, também, de metodologias ágeis e integração contínua), alinhar a TI às principais tendências é fundamental para a inovação acontecer com resultados dentro de qualquer empresa.
4- Promover o acompanhamento de estratégias e realizar o monitoramento da TI
Por fim, ter governança de TI e também sistemas de gestão integrados é muito importante para acompanhar e medir resultados e também auxiliar a alta gestão na visão de indicadores de desempenho (e no constante ajuste de estratégias para atingir os objetivos).
Empresas que utilizam softwares de gestão, por exemplo, costumam ter um ponto bastante a favor nesse sentido. A principal vantagem é que, tendo uma alta capacidade de registrar informações, organizá-las e gerar análises a partir delas, as empresas ganham sólida base na tomada de decisões.
Com isso podem explorar com maior assertividade os caminhos mais indicados para o negócio e os projetos mais viáveis.
Além do mais, apostar em medidas de monitoramento do ambiente de TI é algo que ajuda a garantir maior estabilidade e poder de intervenção em caso de problemas que venham a comprometer a performance geral da empresa.