A transformação digital, um termo amplo que abrange uma série de mudanças na forma como as pessoas e, por conseguinte, as empresas se relacionam, trocam, compartilham e consultam informações, bem como a maneira como se conduzem processos e tarefas com o apoio de tecnologia, trouxe profundas mudanças.
A entrada de sistemas informatizados no dia a dia de praticamente toda organização e com funcionalidades e especificações típicas para cada setor também impactaram bastante a maneira como hoje são utilizados recursos para uma infinidade de tarefas no meio corporativo.
A aquisição e disponibilização de tecnologia, quer seja em forma de hardware, software e integrações também se tornou um assunto muito importante para quem trabalha na área de TI e precisa prover a empresa dos recursos necessários para sua operação e para maior competitividade.
A velocidade com que os dados chegam e se acumulam nas empresas, oriundos de diversas fontes, também criaram situações desafiadoras no que tange à gestão de todo esse fluxo e grande quantidade de informações.
Nesse ponto, os gestores do setor de TI passaram a assumir um papel bastante estratégico e de alta responsabilidade, contemplando uma esfera que é muito mais do que meramente operacional.
Para dar conta de lidar com os grandes desafios, no entanto, precisam estar antenados com as principais alterações que isso causa no cenário das empresas e que tipo de medidas elas requerem.
Portanto, veja a seguir quais são os principais desafios dos CIOs na transformação digital e como se adaptar às exigências do futuro (leia aqui também sobre o futuro da TI):
Segurança
Sem dúvida um dos maiores — se não o maior — desafio que a era da transformação digital trouxe é o que tange à segurança.
No que se refere à Segurança da Informação Corporativa (SIC) a preocupação dos gestores tem aumentado em relação à possibilidade de ataques, sequestro ou vazamento de dados e, ainda mais, exposição e fragilidade em relação à segurança de informações sigilosas para o negócio e de consumidores.
Perdas de dados podem acarretar sérios prejuízos financeiros, legais e mesmo de imagem, os quais são de difícil reversão.
Garantir proteção e ao mesmo tempo disponibilidade da informação — ou seja, assegurando que ela possa ser acessada por quem realmente precisa, na hora certa e com autorização, para facilitar funções de diferentes áreas, é um dos maiores desafios dos Chief Information Officers (CIOs) e deve ser visto como uma das prioridades na hora de escolher fornecedores e infraestrutura robusta.
Equipe interna
Para que o uso da informação e dos sistemas de dados e tecnologia dentro das empresas seja bem sucedido, os colaboradores têm que ajudar, se conscientizar, se engajar e também aprender a desenvolver cada vez mais habilidades em consonância com as tendências da era digital (ou seja, estarem interessados e receberem treinamentos).
Afinal, ela impacta não só no modo como eles trabalham, mas também como interagem com os públicos da organização, beneficiando-a em diversos sentidos.
A equipe interna precisa desenvolver uma cultura de zelar pelo compromisso da segurança e uso responsável dos sistemas.
Se isso for entendido e esse compromisso firmado, tudo contribuirá para a gestão mais eficiente (em áreas como finanças, jurídico, comercial, tributária e assim por diante, na qual o uso de softwares e banco de dados estruturado pode permitir o uso mais acertado da informação para tomada de decisões).
Ou seja, praticamente em todos os setores hoje podemos encontrar exemplos dessa “digitalização”.
As áreas tributária e financeira, dentre muitas outras (para não falar a de gestão em geral), se acostumam com processos cada vez mais digitalizados, com versões digitais de documentos e uso de certificados digitais (que são como a assinatura eletrônica da empresa, que lhe confere veracidade e autenticidade a transações realizadas no âmbito das negociações e prestação de contas).
O funcionamento de tudo isso está intimamente ligado às ferramentas que a TI dispõe e o quanto ela se atualiza, se antena e providencia tecnologia inclusive na relação com órgãos governamentais e de fiscalização.
É um desafio do CIO prover soluções que sempre atendam a essa demanda da informação e dar suporte para que isso aconteça plenamente dentro da empresa.
Transição de processos
Hoje em dia é natural que a maior parte das empresas já estejam nascendo “digitais”, ou seja, inseridas na realidade do uso de tecnologia e informação, em processos nem sempre realizados pelo “meio físico”.
Entretanto, as empresas mais tradicionais que, em alusão à geração Z, tiveram que passam (ou seja, estavam habituadas a conduzir negócios e a disponibilizar serviços de determinada forma e, de repente, tiveram de se alinhar às novas tendências de tecnologia) podem encontrar mais dificuldade nesse processo.
É um desafio para o CIO, logo, identificar quais áreas do negócio mais demandam atualizações e recursos novos e promover a consciência em relação a mudanças positivas e necessárias promovidas pela TI, inclusive junto a profissionais que, da mesma forma, precisarão se desenvolver também nesse sentido.
Acompanhar e monitorar o desempenho desses processos, métricas e resultados nessa implantação também é muito importante para garantir que eles estejam na direção certa e em conformidade com as necessidades e realidade da empresa.
Acompanhar tendências
Internet das Coisas (IoT), TI Verde, Inteligência Artificial, softwares que trabalham com análise e cruzamento de dados para fornecer base para tomada de decisões e acompanhamento em tempo real são apenas algumas das maiores tendências de TI nas empresas.
Isso quer dizer que, mais cedo ou mais tarde, os CEOs precisarão entender e incorporar conceitos desse tipo em suas empresas para manter competição, melhorar gestão, economizar, otimizar tempo e criar diferenciais.
E os CIOs cada vez mais, no backoffice, necessitarão demonstrar o valor e a importância dessas incorporações, comandando operações e recursos que fortaleçam e capacitem mais os seus times.
Nesse quesito, pode ainda ser um desafio encontrar fornecedores especializados, de confiança, bem como os melhores orçamentos, tecnologias que se adaptam com o melhor custo x benefício e soluções sob demanda, ajustadas ao negócio e personalizadas de acordo com sua necessidade.
Lidar com o desafio do B.Y.O.D.
Outro fator importante é o fenômeno do B.Y.O.D (ou “Bring Your Own Device”).
Com o crescimento no uso de tablets, smartphones e demais aparelhos mobile é um risco que a empresa tenha informações confidenciais que excedam o espaço de utilização da empresa e, intencionalmente ou por descuido, fiquem vulneráveis a pessoas mal intencionadas que a elas não pertençam.
Instituir políticas de segurança eficazes e promover monitoramento efetivo nesse sentido é outro desafio que precisa ser encarado tanto com conscientização quanto com governança eficiente de dados.
Governança de dados e de TI
Tratando dela, enfim, podemos ressaltar que promover governança de dados e de TI eficaz é um esforço e uma estratégia importante que pode englobar uma série de medidas em todas essas áreas tratadas até então.
Nesse ponto é importante lembrar que a implementação de um trabalho de governança de TI em uma empresa, por fim, pode contemplar várias etapas (leia mais aqui) e que em todas elas o gestor deve alinhar os objetivos e dificuldades da empresa à instituição de medidas colaborativas que visem maior segurança.